Reter talentos é um dos grandes desafios enfrentados pelos gestores de RH atualmente. Diante da competitividade do mercado e da constante busca por ambientes mais humanizados, é preciso adotar políticas que valorizem o colaborador ao longo de sua jornada na empresa.
O quinquênio é um desses instrumentos: trata-se de uma forma de reconhecimento baseada no tempo de serviço, que pode ser decisiva para aumentar o engajamento e fortalecer a cultura organizacional. Neste conteúdo, você vai entender quem tem direito ao benefício, como ele funciona na prática, porque ele é importante na gestão de pessoas e quais são os desafios que o RH pode enfrentar ao implementá-lo. Boa leitura!
Todos os colaboradores possuem direito ao quinquênio?
Apesar de ser uma prática relativamente comum, especialmente em órgãos públicos, o quinquênio não é um direito garantido por lei a todos os trabalhadores. Sua aplicação depende de dois fatores principais: o tipo de empresa e as políticas internas da organização.
Em órgãos públicos, o quinquênio costuma estar previsto em estatutos ou planos de carreira e consiste em um adicional salarial pago a cada cinco anos de efetivo exercício no cargo. Já nas empresas privadas, não existe obrigatoriedade legal de concessão do benefício, sendo uma escolha estratégica da organização.
Quando adotado no setor privado, o quinquênio pode estar previsto em acordos ou convenções coletivas, ou ser oferecido como política de valorização interna, geralmente como um bônus financeiro, aumento percentual no salário ou acréscimo em benefícios após determinado tempo de casa.
Como é feito esse cálculo?
O cálculo do quinquênio varia conforme a política da empresa ou as normas específicas do setor. No serviço público, por exemplo, é comum que o benefício seja de 5% sobre o salário base para cada cinco anos completos de serviço.
Veja um exemplo prático:
Imagine um colaborador que recebe R$ 4.000,00 de salário base. Ao completar cinco anos de empresa, ele passa a receber 5% a mais:
R$ 4.000,00 x 5% = R$ 200,00
Novo salário: R$ 4.200,00
É válido destacar que o valor a ser pago nem sempre corresponde a 5%. Ele pode variar a depender do regulamento ou da convenção que prevê o adicional. Pode ser que o quinquênio represente 3% ao invés de 5%, por exemplo.
Por que essa é uma estratégia importante para reter e engajar os colaboradores?
Reconhecer o tempo de serviço de um colaborador é uma das formas mais diretas de demonstrar valorização e respeito pela sua trajetória. Empresas que reconhecem a jornada dos colaboradores criam um ambiente mais estável, colaborativo e alinhado com os valores institucionais.
Entre os principais benefícios dessa prática, podemos destacar:
- Fortalecimento da cultura organizacional;
- Redução do turnover;
- Aumento do engajamento e produtividade;
- Construção de uma imagem positiva da marca empregadora;
- Atração de novos talentos.
Em tempos em que a rotatividade representa um alto custo e a cultura organizacional está no centro das estratégias de RH, o quinquênio surge como uma ferramenta relevante para fortalecer o vínculo entre empresa e colaborador.
Leia também: Abandono de emprego: as consequências e direitos do colaborador
3 desafios que o RH pode enfrentar ao implementar na empresa
Como vimos, no setor privado, o valor pode ser pago em forma de bônus anual, crédito em benefícios flexíveis ou mesmo uma bonificação simbólica com valor fixo, o que torna o processo mais flexível e alinhado à realidade financeira da organização. Confira alguns desafios e como implementar com sucesso:
1. Defina um modelo sustentável
Nem toda empresa tem estrutura financeira para aplicar um adicional quinquenal nos moldes tradicionais. O RH deve buscar um modelo viável que esteja alinhado com o orçamento e a política de benefícios da organização. Isso pode incluir bonificações alternativas, prêmios simbólicos ou pontos em programas de recompensa.
2. Garanta clareza nas regras
A falta de comunicação clara pode gerar expectativas equivocadas ou frustrações. O ideal é que o RH defina critérios objetivos e os formalize em manuais de conduta ou políticas internas, garantindo que todos os colaboradores tenham ciência das condições para receber o benefício.
3. Engaje a liderança no processo
Para que o quinquênio seja efetivo como estratégia de valorização, os líderes precisam atuar como aliados. Cabe ao RH capacitar gestores para que eles saibam reconhecer e valorizar seus times de forma constante, o quinquênio pode ser apenas uma das ações em um plano mais amplo de reconhecimento.
Com planejamento, comunicação eficiente e alinhamento com a cultura organizacional, é possível implementar o benefício de forma estratégica e com impacto positivo no clima organizacional.
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